É aterrorizador pensar que os jovens podem estar em perigo para contrair doenças crônicas e graves como o câncer.
Quem Sou Eu?
“Curar quando possível, aliviar quase sempre, consolar sempre.” – Hipócrates
Gosto de desafios e, em minha vida profissional, não é diferente. O universo e a complexidade do corpo humano deslumbram-me; no entanto, é no centro cirúrgico que me sinto extasiado com a arte de oferecer cura através da cirurgia.
Cada etapa deste processo ensina-me a ser um ser humano melhor. Ouvir sobre as dores, angústias, medos, desespero e desilusões dos pacientes, acolhê-los e explicar todo o processo, gerando esperança, traz-me imensa satisfação. Este processo forma um vínculo de confiança enorme, muitas vezes fazendo-me sentir como parte da família dos pacientes.
Ao término de cada cirurgia, mesmo em meio ao cansaço, sobressai o sentimento de regozijo em praticar o dom e a habilidade que Deus me deu para contribuir com as pessoas que me procuram. No final de cada tratamento, vivenciar o antes e o depois, vendo a alegria e a vitalidade em cada um, com sorrisos no rosto, revitaliza a minha alma.
O número de casos de câncer aumentou quase 80% nas últimas três décadas para as pessoas abaixo de 50 anos de idade. E algumas pesquisas sugerem que a situação deve se agravar ainda mais nos próximos anos, afetando pessoas precocemente.
Se por um lado os tratamentos tão avançando cada vez mais, por outro, os casos entre os de menor idade estão disparando.
O câncer costuma ser mais comum em pessoas mais velhas por fatores biológicos, ambientais e de estilo de vida.
Os mais novos também precisam compreender que a saúde mental está interligada à saúde física e à prevenção do câncer.
Por exemplo: o envelhecimento aumenta a quantidade de divisões celulares, como não somos um corpo perfeito, alguns erros na reprodução da celular podem acontecer, as chamadas mutações.
Tais mutações, podem não ser eliminadas pelo nosso sistema imune, desta maneira o caminho para o aparecimento do câncer está feito.
Assim, é fácil entender que quanto mais idade, maior a possibilidade que as mutações se estabeleçam.
Alarme aos de Menor Idade
A incidência da doença entre pessoas com menos de 50 anos quase dobrou nas últimas três décadas, de acordo com um estudo que analisou 29 tipos de câncer em 204 países. E as mortes pela doença aumentaram 28%.
Esse mesmo estudo projetou que do ano de 2020 a 2030, a incidência de câncer nessa faixa
etária vai aumentar 31% e as mortes, 21%.
É importante que os mais novos estejam cientes dos riscos associados ao câncer e adotem um estilo de vida saudável para minimizar essas chances.
Esses devem estar atentos a sintomas preocupantes e buscar atendimento médico imediatamente, pois o câncer nessa faixa de idade pode se desenvolver rapidamente.
A nova geração é um grupo que deve ser priorizado em campanhas de conscientização sobre câncer.
Nos Estados Unidos, uma outra pesquisa publicada no ano passado mostrou que a incidência de 17 tipos de câncer está crescendo geração após geração.
Os cientistas costumam dizer que o câncer tem causa multifatorial. Olhando pra grupos e populações maiores, dá pra observar algumas tendências e fatores de risco, e muitos deles estão relacionados com hábitos, em outras palavras estilo de vida.
Estudos mostram fatos
Por exemplo: dos 17 tipos de câncer que tão aumentando entre os de menor idade nos Estados Unidos, 10
tão relacionados à obesidade, incluindo câncer de rim, ovário, fígado, pâncreas e vesícula biliar.
Outro exemplo, o aumento do consumo excessivo de álcool, particularmente entre Mulheres Millennials*, foi destacado como uma causa para o aumento da incidência de câncer de fígado e esôfago.
De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, o álcool é considerado cancerígeno em qualquer quantidade. Então, se você já tem a predisposição para desenvolver câncer. A sugestão é que o consumo de álcool seja abandonado.
No entanto, esses exemplos não explicam todos os casos. Os cientistas também estão explorando outras causas em potencial, sempre ligadas ao modo de vida.
Alguns pesquisadores dizem que a exposição constante à luz artificial pode atrapalhar o relógio biológico e aumentar o risco de cânceres como mama, cólon, ovário e próstata.
As novas gerações devem ser equipadas com conhecimento e conscientização sobre o câncer.
Outros especialistas já disseram que aditivos alimentares ultraprocessados, como emulsificantes e corantes, podem causar inflamação intestinal e danos ao DNA.
E, de acordo com a Associação Americana para a Pesquisa do Câncer, as perturbações intestinais não estão relacionadas apenas ao câncer colorretal, mas também aos cânceres de mama e no sangue, como a leucemia.
Além disso, segundo alguns pesquisadores, o aumento do uso de antibióticos, especialmente entre crianças pequenas, também pode ter alguma influência, porque perturba o microbioma intestinal.
Um grupo de cientistas italianos sugeriu em um relatório de 2019 que a alteração do microbioma intestinal estava ligado ao câncer de pulmão, linfomas, câncer de pâncreas, carcinoma de células renais e mieloma múltiplo.
O tabaco é um dos agentes cancerígenos que mais possuem comprovação carcinogênese. Contudo, apesar do esforço para diminuição desse hábito, pelas políticas de controle do tabaco pelo Ministério da Saúde, há agora o crescente uso do vape.
O vape, também conhecido como cigarro eletrônico, tem a quantidade de nicotina muito maior do que um cigarro normal. O cigarro eletrônico está se tornando uma verdadeira febre para os rapazes e moças.
Os pesquisadores também destacam um outro fator de risco que estaria bastante presente no Brasil é o uso de agrotóxicos.
A nova geração deve ser informada sobre os riscos de exposição a agentes cancerígenos em seu ambiente.
É crucial que os mais novos aprendam a importância de uma alimentação saudável na prevenção do câncer.
Aqui no Brasil existe um consumo exagerado de agrotóxicos nas nossas lavouras e nos nossos alimentos. E esses agrotóxicos eles já foram classificados como possíveis causadores de câncer de Linfoma não Hodgkin, de leucemia, de câncer de mama…
Os rapazes e moças têm um papel vital na luta contra o câncer e podem contribuir para um movimento de mudança.
Jovem geralmente perde o diagnóstico precoce.
Outra situação interessante, é que sintomas que podem acender o alerta de uma possível manifestação de doença oncológica, são ignoradas muitas vezes, devido o médico não suspeitar de ter esse diagnóstico na sua frente, porque o paciente “teoricamente” não teria idade para ter câncer.
E quando esse desconfia, muitas vezes o paciente não tem condições de fazer os exames complementares para o devido diagnóstico; devido a ineficiência do sistema de saúde pública, devido a não autorização de exames mais complexos em pacientes com pouca idade por parte da operadoras de saúde, ou ainda porque o próprio paciente não dá a importância necessária.
Considerando que o comportamento de câncer na idade precoce é bem mais agressivo, pois isso é fato, um diagnóstico oncológico não precoce pode minar todas as possibilidades de cura nesse grupo de pacientes.
Por isso, precisamos cuidar da saúde dos mais novos e incentivá-los a realizar check-ups regulares.
Desta maneira, se considerarmos o caminho apontado por muitos trabalhos científicos, todos apontam para um objetivo comum: estilo de vida.
Para os que ainda duvidam, basta olhar um pouco para nossa vida atual e compará-la com a vida de seus bisavós, respondendo as seguintes perguntas:
- Qual o esforço físico exercido no trabalho laborativo?
- Qual a quantidade de alimentação industrializada e/ou processada?
- Quantas horas em média dormia em cada noite?
- Quais desequilíbrios mentais lutavam?
- Qual a qualidade da água que bebiam?
- Quantas horas em média tinham contato com natureza?
- Qual a qualidade do ar que respiravam?
- Qual a quantidade de açúcar ingeriam?
Essas perguntam podem se tornam infinitas quando lembramos de todos os agentes causadores de câncer presentes em nossa sociedade.
Estilo de Vida
Contudo, a maioria do estudos científicos confirmam que vida simples, alimentação saudável, exercícios físicos, favorecem uma melhor imunidade e consequentemente mais saúde.
A nova geração pode fazer a diferença na luta contra o câncer ao se informarem e se engajarem.
Devemos também destacar que nosso corpo em um ser único, ao contrário do que pensavam alguns filósofos gregos, na dicotomização do ser humano.
Assim, mais do provado que todos nós somos afetados por nosso pensamentos, isto é, nossa saúde mental está diretamente relacionada com nossa saúde física e o contrário também é verdadeiro.
Logo, ter todo o cuidado com o físico, mas manter-se descuidado com a parte mental, sofrer-se-á com consequências de doenças físicas, basta ver em inúmeros exemplos em nosso meio.
As pesquisas sobre câncer em pessoas de pouca idade devem receber mais atenção e financiamento.
A sensibilização sobre o câncer deve ser uma parte importante do desenvolvimento dos jovens.
Por conclusão, não há outra maneira, precisamos mudar nossa maneira de viver, nosso estilo de vida. Mas o que percebemos é que os maus hábitos nos encarceram cada dia, deixando-nos a mercê do que sabemos será a consequência.
Por último, essa geração deve ser incentivada a cuidar da saúde e buscar informações sobre prevenção do câncer.
Na verdade, em nosso íntimo, muitas vezes teimamos em acreditar que conosco a história será diferente, mesmo tendo indícios que a semente plantada é ruim.
Fica a sugestão da auto análise, do auto planejamento, pois todos tem a oportunidade de terem uma vida mais saudável.
Esse grupo também podem se envolver em grupos de apoio que discutem a prevenção do câncer e promovem hábitos saudáveis.
(*): As Mulheres Millennials, é um grupo de mulheres nascidas entre o início dos anos 1980 e meados dos anos 1990. São conhecidas por sua independência, foco em estudos e carreira, e por escolhas mais tardias em relação ao casamento e à maternidade.
DICA: Uma maneira bem interessante que mostra uma boa orientação na condução do estilo de vida saudável é ensinada pelo Médico Norte-americano Neil Nedley, através de medidas objetivas e simples, através do acróstico NEWSTAR.
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