Que especialidade é essa?
Dizer apenas que a Cirurgia Oncológica é a especialidade que opera câncer é muito simples por tudo o que representa essa especialidade, e principalmente por toda a responsabilidade que a envolve.
Histórico
A Cirurgia Oncológica tem as suas primeiras referências na data de 1600 a.C.. Contudo, seu marco inicial é atribuído ao Dr. William Stuart Halsted, que fomentou uma verdadeira escola de Cirurgia Oncológica. Através de seu trabalho, Halsted conseguiu perceber que ao aplicar determinados cuidados durante a cirurgia, o tratamento tornava-se mais eficaz. Desde esse tempo até os dias de hoje, é exatamente esse princípio que norteia a especialidade, ou seja, o Cirurgião Oncológico, dentre tantas funções, não somente “retira a doença”, mas estuda o binômio paciente-doença, tem a missão de ser estritamente específico agindo no lugar certo, no tempo certo, usando as armas certas, adquirindo o resultado certo.
Quem sou eu?
“Curar quando possível, aliviar quase sempre, consolar sempre.” – Hipócrates
Gosto de desafios e, em minha vida profissional, não é diferente. O universo e a complexidade do corpo humano deslumbram-me; no entanto, é no centro cirúrgico que me sinto extasiado com a arte de oferecer cura através da cirurgia. Cada etapa deste processo ensina-me a ser um ser humano melhor. Ouvir sobre as dores, angústias, medos, desespero e desilusões dos pacientes, acolhê-los e explicar todo o processo, gerando esperança, traz-me imensa satisfação. Este processo forma um vínculo de confiança enorme, muitas vezes fazendo-me sentir como parte da família dos pacientes.
Ao término de cada cirurgia, mesmo em meio ao cansaço, sobressai o sentimento de regozijo em praticar o dom e a habilidade que Deus me deu para contribuir com as pessoas que me procuram. No final de cada tratamento, vivenciar o antes e o depois, vendo a alegria e a vitalidade em cada um, com sorrisos no rosto, revitaliza a minha alma.
Funções
Desta maneira, podemos resumir que a Cirurgia Oncológica, tem como principais funções:
- Diagnóstico – quando realizado o procedimento de retirada de amostras de tecido (biópsia) para exame e diagnóstico definitivo;
- Estadiamento – determinação da extensão do câncer através de cirurgia;
- Tratamento Primário – principal forma de terapia para remover tumores cancerígenos;
- Tratamento de Resgate – quando o tratamento cirúrgico primário já foi realizado, a quimioterapia e radioterapia já esgotaram suas doses e ainda há doença loco-regional presente, o tratamento cirúrgico de resgate pode ser a última alternativa para alguns casos específicos;
- Redução Tumoral – realização da chamada cirurgia citorredutora, quando o tumor não pode ser removido completamente, melhorando a eficácia de outros tipos de tratamento, como quimioterapia e radioterapia;
- Alívio de Sintomas – alívio de sintomas causados pelo câncer, como dor, obstruções e sangramentos, melhorando a qualidade de vida dos pacientes;
- Reconstrução – restauração da aparência e/ou função das partes do corpo afetadas pelo câncer;
- Prevenção – em situações de alto risco, cirurgias podem ser realizadas antes mesmo que o câncer se instale, promovendo a cura antes do aparecimento da doença cancerígena.
Formação
Não podemos esquecer que o estudo nunca pára. Após sua formação básica, o profissional continua constantemente participando de congressos, palestras, reuniões e tudo que acrescente ao seu conhecimento.
Área de Atuação
Deste modo, tendo uma formação multidirecionada, percorrendo várias especialidades médicas, o Cirurgião Oncológico termina sua formação podendo atuar em diversas topografias especificamente no quesito câncer. Assim, é fácil entender sua habilidade em tumores da cabeça e pescoço, tórax, abdômen, tumores de partes moles e tumores ósseos. Logo, no tratamento cirúrgico de câncer pode trabalhar sozinho ou conjuntamente com várias especialidades que possuem também área de atuação em comum, como por exemplo: Ortopedia, Urologia, Cabeça e Pescoço, Cirurgia do Tórax, Cirurgia Geral, Cirurgia do Aparelho Digestório, Proctologia e Cirurgia Pediátrica. Apesar de uma área de atuação bastante ampla, com o passar do tempo, cada cirurgião termina dedicando-se a áreas restritas conforme sua preferência.
O Mais Importante
Por último e com certeza o fator mais importante, o bom Cirurgião Oncológico está sempre ciente que o seu paciente não é um mero objeto de seu trabalho, mas que todos os pacientes são pessoas, que precisam às vezes de incisões na carne mas não na alma, serem literalmente arrancadas de tumores, mas nunca serem expostas ao frio lugar da desilusão, sem esperança no amanhã, pois todos precisam de amor. Ele tem a grande habilidade de perceber quando o simples acolhimento pode ser mais eficaz que uma sofisticada cirurgia, quando um aperto de mãos vale mais que um curativo.