DIAGNÓSTICO PRECOCE: 3 histórias reais que podem salvar sua vida
O diagnóstico precoce pode fazer a diferença entre a vida e a morte. Neste post, você vai conhecer três histórias reais de mulheres que enfrentaram o câncer de mama e venceram graças à detecção no momento certo. Elas mostram que escutar o corpo e agir com rapidez pode salvar vidas – inclusive a sua.
Quem sou eu?
“Curar quando possível, aliviar quase sempre, consolar sempre.” – Hipócrates
Gosto de desafios e, em minha vida profissional, não é diferente. O universo e a complexidade do corpo humano deslumbram-me; no entanto, é no centro cirúrgico que me sinto extasiado com a arte de oferecer cura através da cirurgia. Cada etapa deste processo ensina-me a ser um ser humano melhor.
Ouvir sobre as dores, angústias, medos, desespero e desilusões dos pacientes, acolhê-los e explicar todo o processo, gerando esperança, traz-me imensa satisfação. Este processo forma um vínculo de confiança enorme, muitas vezes fazendo-me sentir como parte da família dos pacientes.
Ao término de cada cirurgia, mesmo em meio ao cansaço, sobressai o sentimento de regozijo em praticar o dom e a habilidade que Deus me deu para contribuir com as pessoas que me procuram. No final de cada tratamento, vivenciar o antes e o depois, vendo a alegria e a vitalidade em cada um, com sorrisos no rosto, revitaliza a minha alma.
O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), quando o diagnóstico é precoce, as chances de cura podem ultrapassar 95%. A detecção precoce permite tratamentos menos agressivos e maior preservação da mama. Mas por trás das estatísticas, existem histórias reais de mulheres que transformaram um diagnóstico assustador em uma jornada de superação
A História de Tathiana: “Um Cordão que Salvou Minha Vida”
Tathiana França tinha 39 anos quando, em um dia comum de trabalho em 2017, viveu um momento que mudaria sua vida para sempre. Enquanto conversava com um funcionário da pizzaria onde trabalhava, o cordão que usava no pescoço se rompeu e caiu. Ao abaixar-se para pegá-lo, sentiu algo diferente em seu seio.
“Quando passei a mão, senti um caroço no peito. Passei a mão novamente e me desesperei porque nunca tinha sentido ele antes”, relembra Tathiana. Sabia que o diagnóstico era importante, assim no dia seguinte, ela procurou um clínico geral que solicitou uma ultrassonografia da mama. O resultado indicou a necessidade de consultar um mastologista com urgência.
Após mamografia e biópsia, veio o diagnóstico: câncer de mama do tipo triplo negativo, considerado um dos mais agressivos. “Quando o médico falou ‘Tathi, você está com câncer de mama’, eu me desesperei, gritei, chorei, porque infelizmente a gente não lembra de quem se curou, só lembra do artista ou do conhecido que faleceu!”, conta.
Tathiana passou por oito sessões de quimioterapia e, em maio de 2018, realizou uma mastectomia total. “Esse foi e continua sendo o momento mais difícil, eu me olhar no espelho sem uma mama. Mas dou graças a Deus porque estou viva e a cicatriz é a marca da minha vitória!”, afirma.
Hoje, cinco anos após o meu diagnóstico precoce de câncer, Tathiana está curada e transformou sua experiência em motivação para ajudar outras mulheres. “Para aquelas que pegaram o diagnóstico recente ou estão passando pelo que passei, não desistam, lutem! Cabelo nasce, sobrancelha também: o mais importante que isso tudo é a nossa vida, é a nossa cura!”
A história de Tathiana ilustra perfeitamente a importância da detecção precoce nos sinais do corpo. Estudos demonstram que o diagnóstico precoce do câncer de mama está associada a taxas de sobrevivência significativamente maiores. Uma análise publicada no Annals of Oncology indicou que a detecção de segundos cânceres de mama em fase assintomática melhora a sobrevida relativa entre 27% e 47%.
Além disso, a American Cancer Society relata que pacientes diagnosticadas em estágios iniciais têm uma taxa de sobrevivência de 5 anos de 99%, enquanto aquelas diagnosticadas em estágios avançados têm uma taxa de apenas 31%.
A História de Adriana: “Um Pequeno Sinal que Não Ignorei”
Adriana da Rede, curadora de arte, tinha 46 anos quando, em 2010, percebeu algo diferente em seu corpo. “Durante um período menstrual, senti uma pequena dor na lateral da mama direita, que em alguns dias passou. Não dei atenção inicialmente, estava em meio à montagem de uma exposição de arte e achei que talvez tivesse sido por carregar algum quadro”, conta.
No mês seguinte, a dor voltou. “Tive a impressão, ao apalpar, de uma pequena elevação. Fui à ginecologista que recomendou uma mamografia”, relembra. O exame revelou um pequeno nódulo que, após biópsia, foi confirmado como um carcinoma.
“Meu mundo desabou naquele momento, mas minha médica me tranquilizou dizendo que tivemos um deiagnóstico precoce. O tumor tinha menos de 1 centímetro e não havia comprometimento dos linfonodos”, explica Adriana.
Por ter sido detectado em estágio inicial, ou seja, um diagnóstico precoce, o tratamento foi menos agressivo. Adriana passou por uma cirurgia conservadora, seguida de radioterapia, sem necessidade de quimioterapia. “A detecção precoce fez toda a diferença no meu caso. Não precisei passar por tratamentos mais invasivos e hoje, 14 anos depois, continuo livre da doença e com qualidade de vida”, celebra.
As histórias de Tathiana e Adriana reforçam a importância de conhecer os sinais de alerta para o diagnóstico precoce. Embora muitos casos sejam assintomáticos no início, é crucial estar atenta a alterações suspeitas nas mamas. Sinais que merecem atenção incluem:
Nódulo (caroço) na mama ou axila, geralmente indolor e de consistência endurecida;
Alterações no formato ou tamanho da mama;
Mudanças na pele da mama, como aspecto de casca de laranja;
Secreção anormal pelo mamilo, especialmente se for sanguinolenta;
Retração ou inversão do mamilo.
É fundamental procurar um especialista ao notar qualquer uma dessas alterações.
A História de Jussara: “A Cura Foi um Presente de Aniversário”
Jussara Miranda, pedagoga e bombeira, tinha 41 anos quando foi diagnosticada com câncer de mama em 2017. Mãe de uma bebê de pouco mais de um ano, ela estava amamentando quando percebeu um nódulo na mama.
“Inicialmente acreditei ser nódulo de leite, pois estava amamentando. Procurei o serviço médico e confirmei a doença”, conta. Quando a médica lhe deu o diagnóstico positivo para câncer, sua reação surpreendeu até a ela mesma: “Respirei e perguntei: ‘O que vamos fazer agora para cuidar deste problema?’”
Jussara iniciou a quimioterapia em dezembro daquele ano. Em junho do ano seguinte, fez uma quadrantectomia (cirurgia que remove apenas um quarto da mama para a retirada do tumor) com simetria de ambas as mamas. Em julho, iniciou a radioterapia e, por opção, complementou o tratamento com quimioterapia oral.
“Durante o processo de tratamento permaneci realizando minhas atividades laborativas, com algumas restrições, é claro. Trabalhei, fiz curso de formação, atividade física, namorei, viajei, cuidei da casa e dos filhos, em principal da bebê”, relembra.
A cura veio em setembro de 2019, como um presente de aniversário. “Confesso que a espiritualidade, amigos e familiares foram meu porto seguro para a condução da minha cura. Sempre acreditei e nunca desisti”, afirma.
Hoje, Jussara deixa uma mensagem para outras mulheres: “Se toquem, se amem e não permitam que o diagnóstico do câncer seja maior que a sua vontade de viver. Priorizem a cura e sejam felizes.”
As histórias de Tathiana, Adriana e Jussara mostram como o diagnóstico precoce pode mudar completamente o prognóstico da doença. A mamografia é o principal exame para detecção precoce do câncer de mama. Uma metanálise publicada no Journal of Clinical Epidemiology revelou que mulheres que realizam mamografias de rastreamento têm uma redução de 45% no risco de morte por câncer de mama.
Realização da Mamografia.
Quando fazer a mamografia?
• Mulheres entre 50 e 69 anos: a recomendação é realizar a mamografia a cada 2 anos. • Mulheres com histórico familiar ou outros fatores de risco: o rastreamento pode começar antes, geralmente a partir dos 40 anos, conforme orientação médica.
É importante discutir com seu médico a melhor periodicidade para o exame, considerando seu histórico, fatores de risco e principalmente levando em conta o grau de individualidade.
Autoexame: ainda é relevante?
O autoexame das mamas não substitui a mamografia, mas continua sendo uma ferramenta importante para o autoconhecimento. Um estudo publicado no Journal of Breast Cancer destacou que a conscientização sobre a saúde das mamas pode levar ao diagnóstico precoce e melhor prognóstico.
Foi através do autoexame que Tathiana, Adriana e Jussara perceberam alterações em suas mamas e buscaram ajuda médica rapidamente. Realizar o autoexame regularmente ajuda a identificar alterações e buscar avaliação médica oportuna.
Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver câncer de mama:
Histórico familiar de câncer de mama ou ovário;
Idade avançada;
Primeira menstruação precoce (antes dos 12 anos) ou menopausa tardia (após 55 anos);
Primeira gestação após os 30 anos;
Obesidade e sedentarismo;
Consumo excessivo de álcool.
Conhecer esses fatores ajuda na adoção de medidas preventivas e na realização de exames regulares.
Autoexame da mama.
Quando procurar um cirurgião oncológico?
Ao perceber qualquer alteração suspeita ou em caso de resultados anormais em exames de imagem, é essencial consultar um cirurgião oncológico especializado. Este profissional é capacitado para:
Avaliar alterações mamárias suspeitas;
Indicar exames complementares necessários;
Planejar o tratamento cirúrgico adequado;
Orientar sobre opções de reconstrução mamária.
O acompanhamento especializado garante um tratamento eficaz e personalizado, como demonstram as histórias de Tathiana, Adriana e Jussara, que hoje celebram a vida após o câncer.
O diagnóstico precoce do câncer de mama é fundamental para aumentar as chances de cura e reduzir a necessidade de tratamentos agressivos. As histórias de Tathiana, Adriana e Jussara são testemunhos poderosos de como a atenção aos sinais do corpo e a busca rápida por ajuda médica podem salvar vidas.
Esteja atenta aos sinais do seu corpo, realize exames regularmente e não hesite em procurar um especialista ao notar qualquer alteração. Como diz Jussara: “Se toquem, se amem e não permitam que o diagnóstico do câncer seja maior que a sua vontade de viver.”
Sua saúde é o seu bem mais precioso. Cuide dela com carinho e atenção. E lembre-se: o diagnóstico precoce pode transformar uma história de medo em uma jornada de superação e vida.