Dr. Gedegilson Moisés

Introdução

A vesícula biliar é um pequeno órgão localizado abaixo do fígado, responsável por armazenar a bile, um líquido produzido pelo fígado que auxilia na digestão das gorduras. Quando há formação de cálculos biliares (pedras na vesícula), pode ocorrer a obstrução do ducto cístico, levando à inflamação da vesícula, conhecida como colecistite aguda.

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Quem sou eu?

“Curar quando possível, aliviar quase sempre, consolar sempre.” – Hipócrates

Gosto de desafios e, em minha vida profissional, não é diferente. O universo e a complexidade do corpo humano deslumbram-me; no entanto, é no centro cirúrgico que me sinto extasiado com a arte de  oferecer cura através da cirurgia. Cada etapa deste processo ensina-me a ser um ser humano melhor.

Ouvir sobre as dores, angústias, medos, desespero e desilusões dos pacientes, acolhê-los e explicar todo o processo, gerando esperança, traz-me imensa satisfação. Este processo forma um vínculo de confiança enorme, muitas vezes fazendo-me sentir como parte da família dos pacientes.


Ao término de cada cirurgia, mesmo em meio ao cansaço, sobressai o sentimento de regozijo em praticar o dom e a habilidade que Deus me deu para contribuir com as pessoas que me procuram. No final de cada tratamento, vivenciar o antes e o depois, vendo a alegria e a vitalidade em cada um, com sorrisos no rosto, revitaliza a minha alma.

O que é a Colecistite Aguda?

A colecistite aguda é a inflamação súbita da vesícula biliar, geralmente causada pela obstrução do ducto cístico por cálculos biliares. Essa obstrução impede o fluxo normal da bile, levando ao acúmulo de bile e à inflamação da vesícula. Em alguns casos, pode ocorrer infecção bacteriana secundária, agravando o quadro clínico.

Causas

  • Cálculos biliares: Responsáveis por cerca de 95% dos casos de colecistite aguda, os cálculos obstruem o ducto cístico, levando à inflamação.
  • Colecistite alitiásica: Inflamação da vesícula sem a presença de cálculos, mais comum em pacientes gravemente enfermos, como aqueles internados em unidades de terapia intensiva.
anatomia vesícula

Fatores de Risco

  • Idade e sexo: Mulheres acima de 40 anos têm maior predisposição.
  • Obesidade: O excesso de peso aumenta o risco de formação de cálculos biliares.
  • Dieta rica em gorduras: Alimentos gordurosos podem contribuir para a formação de cálculos.
  • Histórico familiar: A predisposição genética pode influenciar na formação de cálculos.
  • Doenças metabólicas: Condições como diabetes aumentam o risco de colecistite.

Sintomas

Os sintomas da colecistite aguda podem variar, mas os mais comuns incluem:

  • Dor intensa no quadrante superior direito do abdômen: Pode irradiar para as costas ou ombro direito.
  • Febre e calafrios: Indicativos de infecção.
  • Náuseas e vômitos: Comuns devido à inflamação.
  • Icterícia: Amarelamento da pele e olhos, em casos mais graves.
  • Sensibilidade abdominal: Dor ao pressionar a região da vesícula.

Diagnóstico

O diagnóstico da colecistite aguda é baseado na avaliação clínica e em exames complementares:

  • Exame físico: Identificação do sinal de Murphy, onde o paciente interrompe a inspiração devido à dor durante a palpação do abdômen.
  • Exames laboratoriais: Hemograma completo, testes de função hepática e marcadores inflamatórios.
  • Ultrassonografia abdominal: Principal exame de imagem para detectar cálculos e inflamação da vesícula.
  • Tomografia computadorizada: Utilizada em casos de diagnóstico incerto ou para avaliar complicações.
vesícula biliar

Tratamento

O tratamento da colecistite aguda visa aliviar os sintomas, tratar a infecção e prevenir complicações:

  • Jejum: Para evitar a estimulação da vesícula.
  • Hidratação intravenosa: Manutenção do equilíbrio hídrico.
  • Antibióticos: Para combater infecções bacterianas.
  • Analgésicos: Controle da dor.
  • Cirurgia (colecistectomia): Remoção da vesícula biliar, preferencialmente por laparoscopia, é o tratamento definitivo.
Cirurgia videolaparoscópica
Cirurgia videolaparoscópica.

Complicações

Se não tratada adequadamente, a colecistite aguda pode levar a complicações graves:

  • Gangrena da vesícula: Necrose do tecido devido à falta de suprimento sanguíneo.
  • Perfuração da vesícula: Pode causar peritonite, uma infecção grave da cavidade abdominal.
  • Abscesso biliar: Acúmulo de pus ao redor da vesícula.
  • Septicemia: Infecção generalizada que pode ser fatal.
icterícia

Prevenção

Algumas medidas podem ajudar a prevenir a formação de cálculos biliares e, consequentemente, a colecistite:

  • Dieta equilibrada: Redução do consumo de gorduras e aumento da ingestão de fibras.
  • Controle do peso: Manutenção de um peso saudável.
  • Atividade física regular: Ajuda na digestão e no controle do peso.
  • Evitar jejuns prolongados: Alimentação regular para manter o fluxo biliar.

Considerações Finais

A colecistite aguda é uma condição médica séria que requer atenção imediata. O reconhecimento precoce dos sintomas e a busca por atendimento médico são fundamentais para evitar complicações graves. A remoção da vesícula biliar é uma solução eficaz e segura, permitindo que os pacientes levem uma vida normal após a recuperação.

Fontes e Leituras Complementares

  1. BRUNNER, L. S.; SUDDARTH, D. S. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. 📌 Capítulo sobre distúrbios hepatobiliares.
  2. FELDMAN, M.; FRIEDMAN, L. S.; BRANDT, L. J. Sleisenger and Fordtran’s Gastrointestinal and Liver Disease: Pathophysiology, Diagnosis, Management. 11. ed. Philadelphia: Elsevier, 2020. 📌 Excelente fonte para o mecanismo da colecistite e tratamento cirúrgico.
  3. MINISTÉRIO DA SAÚDE (BRASIL). Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Doenças Hepatobiliares. Brasília: MS, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br 📌 Documento oficial que orienta o manejo no SUS.
  4. Manual MSD. Colecistite Aguda – Versão Profissional. [Internet]. Última revisão: 2023. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/distúrbios-hepáticos-e-biliares/distúrbios-da-vesícula-biliar-e-ductos-biliares/colecistite-aguda 📌 Aborda sinais clínicos, exames e complicações.
  5. HARRISON, T. R. et al. Medicina Interna de Harrison. 21. ed. Rio de Janeiro: AMGH, 2022. 📌 Referência para abordagem clínica e diagnóstico diferencial.
  6. Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH). Doenças da Vesícula Biliar: Atualizações Clínicas. São Paulo: SBH, 2022. 📌 Documento de orientação para médicos clínicos e cirurgiões gerais.
  7. Post completo sobre pedra na vesícula biliar.

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