Dr. Gedegilson Moisés

O câncer de mama é o segundo câncer mais comum nas mulheres. É essencial conhecê-lo para preveni-lo de forma correta.

ANATOMIA

A mama é composta de lóbulos e ductos. Cada mama tem de 15 a 20 seções chamadas lobos, que possuem muitas seções menores chamadas lóbulos. Os lóbulos terminam em dezenas de pequenos bulbos que podem produzir leite. Os lobos, lóbulos e bulbos são ligados por tubos finos chamados ductos.

Cada mama também possui vasos sanguíneos e vasos linfáticos. Os vasos linfáticos transportam um líquido aquoso quase incolor chamado linfa. Os vasos linfáticos transportam a linfa entre os gânglios linfáticos. Os gânglios linfáticos são pequenas estruturas em forma de feijão que filtram a linfa e armazenam glóbulos brancos que ajudam a combater infecções e doenças. Grupos de gânglios linfáticos são encontrados perto da mama, na axila, acima da clavícula e no tórax.

Anatomia da mama

ESTATÍSTICA

No Brasil, as mulheres contraem câncer de mama mais do que qualquer outro tipo de câncer, exceto câncer de pele. O câncer de mama ocupa o segundo lugar, atrás apenas do câncer de pulmão, como causa de morte por câncer em mulheres dos Estados Unidos.

As taxas de câncer de mama nas mulheres aumentaram gradualmente durante muitos anos até ao início dos anos 2000 e depois diminuíram rapidamente, coincidindo com uma queda no uso de terapia hormonal na pós-menopausa. As mortes por câncer da mama diminuíram 42% em 2019; no entanto, as mortes por câncer de mama em mulheres negras permanecem 41% mais elevadas do que em mulheres brancas. O câncer de mama também ocorre em homens, mas o número de novos casos é pequeno.

FATORES DE RISCO

Evitar fatores de risco e aumentar os fatores de proteção pode ajudar a prevenir o câncer. Não ter os fatores de risco, não isenta totalmente a possibilidade de ter câncer de mama, porém diminui drasticamente a possibilidade.
A seguir estão os fatores de risco para câncer de mama:

  • Idade avançada;
  • Uma história pessoal de câncer de mama ou doença benigna da mama (não cancerígena);
  • Risco herdado de câncer de mama;
  • Tecido mamário denso;
  • História reprodutiva resultando em maior exposição ao estrogênio;
  • Terapia hormonal para sintomas da menopausa;
  • Tratamento de Radioterapia na mama ou tórax;
  • Obesidade;
  • Ingestão de bebida alcoólica.

Saber dos fatores de risco que não podemos alterar, como por exemplo, a idade, aponta para uma maior precaução nos exames preventivos. Já os fatores de risco que podemos evitar de tê-los advertem a necessidade de estilo de vida.

FATORES DE PROTEÇÃO

Alguns fatores de proteção não dependem exclusivamente da pessoa, semelhantemente aos fatores de risco, porém alguns podem sim ter mudanças para uma melhor eficácia na proteção ao câncer de mama.

  • Gravidez, ou seja, história reprodutiva resultando em menor exposição ao estrogênio;
  • Ao usar medicações que alteram o eixo hormonal, conversar com seu médico para usar moduladores seletivos do receptor de estrogênio ou inibidores e inativadores da aromatase, ou ainda, moduladores seletivos de receptores de estrogênio
  • Mastectomia redutora de risco ou profilática, quando houver indicação criteriosa;
  • Ablação ovariana, quando houver indicação médica criteriosa
  • Fazendo exercícios suficientes e regulares.
Fatores de Proteção para o câncer de Mama
Fatores de Proteção para o Câncer de Mama.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de certeza do câncer de mama, assim como a grande maioria dos tipos de cânceres acontece quando temos o diagnóstico histopatológico, ou seja, temos a certeza a nível celular do tipo de doença que o paciente está acometido.

O diagnóstico histopatológico é realizado através do exame minucioso a nível celular por um médico especializado, o Patologista. O exame histopatológico é realizado através da leitura no microscópio de lâminas de amostras da parte do tecido doente, um fragmento da doença que foi retirada geralmente através de uma biópsia.

Diagnóstico Histopatológico

Conforme as características do formato das células cancerígenas, é realizada a classificação histopatológica para sabermos a rapidez com que um tumor de mama provavelmente crescerá e se espalhará.
O sistema desta classificação descreve um tumor com base na aparência anormal das células e tecidos cancerígenos sob um microscópio e na rapidez com que as células cancerígenas tendem a crescer e se espalhar. As células cancerosas de baixo grau se parecem mais com células normais e tendem a crescer e se espalhar mais lentamente do que as células cancerígenas de alto grau. Para descrever o quão anormais são as células e tecidos cancerígenos, o patologista avaliará as três características a seguir:

  • Quanto do tecido tumoral possui ductos mamários normais.
  • O tamanho e a forma dos núcleos nas células tumorais.
  • Quantas células em divisão estão presentes, o que é uma medida da rapidez com que as células tumorais estão crescendo e se dividindo.

Para cada característica, o patologista atribui uma pontuação de 1 a 3; uma pontuação de “1” significa que as células e o tecido tumoral se parecem mais com células e tecidos normais, e uma pontuação de “3” significa que as células e os tecidos parecem mais anormais. As pontuações de cada recurso são somadas para obter uma pontuação total entre 3 e 9.

ESTADIAMENTO

O processo usado para descobrir se o câncer se espalhou pela mama ou para outras partes do corpo é chamado de estadiamento. Desta maneira, após o diagnóstico do câncer de mama, são realizados exames para descobrir se as células cancerígenas se espalharam pela mama ou para outras partes do corpo.

As informações coletadas do exame físico e os exames complementares realizados no processo de estadiamento determinam o estágio da doença. É muito importante conhecer o estágio para planejar o tratamento.

Destaco a seguir alguns exames que podem ser realizados no processo de estadiamento:

Biópsia do Linfonodo Sentinela: Nada mais é que a remoção do linfonodo sentinela durante a cirurgia. O linfonodo sentinela é o primeiro linfonodo em um grupo de linfonodos a receber drenagem linfática do tumor primário. É o primeiro linfonodo para o qual o câncer provavelmente se espalhará a partir do tumor primário. Uma substância radioativa e/ou corante azul é injetada perto do tumor. A substância ou corante flui através dos dutos linfáticos até os gânglios linfáticos. O primeiro linfonodo a receber a substância ou corante é retirado.

Um patologista examina o tecido ao microscópio para procurar células cancerígenas. Se não forem encontradas células cancerígenas, pode não ser necessário remover mais gânglios linfáticos. Às vezes, um linfonodo sentinela é encontrado em mais de um grupo de linfonodos.

É importante dizer que a pesquisa de Linfonodo Sentinela possibilita que muitos pacientes que antes eram submetidos a retirada de todos os linfonodos, não tenham mais essa necessidade, evitando muitas vezes complicações do próprio tratamento.

Biópsia de linfonodo sentinela no câncer de Mama
Esquematização da Pesquisa do Linfonodo Sentinela

Radiografia de Tórax: Uma radiografia do tórax é um raio X tipo um feixe de energia que pode atravessar o corpo e chegar ao filme, criando uma imagem de áreas internas do corpo.

Tomografia Computadorizada: Procedimento que faz uma série de imagens detalhadas de áreas internas do corpo, tiradas de diferentes ângulos. As imagens são feitas por um computador ligado a uma máquina de raio X. Um corante, também chamado de contraste, pode ser injetado em uma veia e/ou engolido para ajudar os órgãos e tecidos a aparecerem com mais clareza.

Cintilografia Óssea: Um procedimento para verificar se há células que se dividem rapidamente, como células cancerígenas, no osso. Uma quantidade muito pequena de material radioativo é injetada em uma veia e viaja pela corrente sanguínea. O material radioativo se acumula nos ossos do câncer e é detectado por um scanner.

PET-Scan (Tomografia por Emissão de Pósitrons): Um procedimento para encontrar células tumorais malignas no corpo. Uma pequena quantidade de glicose radioativa (açúcar) é injetada numa veia. O PET-scan gira ao redor do corpo e faz uma imagem de onde a glicose está sendo usada no corpo. As células tumorais malignas aparecem com mais brilho na imagem porque são mais ativas e absorvem mais glicose do que as células normais.

PET-Scan no câncer de mama
PET-Scan usado no câncer de mama.

Para planejar o melhor tratamento e entender seu prognóstico, é importante conhecer o estágio do câncer de mama.

Existem 3 tipos de grupos de estágio do câncer de mama:

  • Estadiamento Clínico: usado primeiro para atribuir um estágio para todos os pacientes com base no histórico de saúde, exame físico, exames de imagem (se realizados) e biópsias. O Estadiamento Clínico é descrito pelo sistema TNM, grau do tumor e status do biomarcador (ER, PR, HER2). No Estadiamento clínico, a mamografia ou ultrassonografia é usada para verificar se há sinais de câncer nos gânglios linfáticos.
  • Estadiamento Patológico é então usado para pacientes que fazem cirurgia como primeiro tratamento. O Estadiamento Patológico é baseado em todas as informações clínicas, status de biomarcadores e resultados de testes laboratoriais de tecido mamário e gânglios linfáticos removidos durante a cirurgia.
  • Estadiamento Anatômico: baseado no tamanho e na propagação do câncer conforme descrito pelo sistema TNM. O Estadiamento Anatômico é usado em partes do mundo onde os testes de biomarcadores não está disponível.

BIOMARCADORES

O teste de biomarcadores é usado para descobrir se as células do câncer de mama possuem certos receptores. Através deste receptores podemos selecionar os quimioterápicos mais eficazes no tratamento de cada paciente.
As células mamárias saudáveis, e algumas células cancerosas da mama, possuem receptores (biomarcadores) que se ligam aos hormônios estrogênio e progesterona. Esses hormônios são necessários para que células saudáveis, e algumas células de câncer de mama, cresçam e se dividam. Para verificar esses biomarcadores, amostras de tecido contendo células de câncer de mama são removidas durante uma biópsia ou cirurgia. As amostras são testadas em laboratório para verificar se as células do câncer de mama possuem receptores de estrogênio ou progesterona.

Outro tipo de receptor (biomarcador) encontrado na superfície de todas as células do câncer de mama é chamado HER2. Os receptores HER2 são necessários para que as células do câncer de mama cresçam e se dividam.

  • Receptor de Estrogênio (ER). Se as células do câncer de mama tiverem receptores de estrogênio, as células cancerígenas serão chamadas de ER positivas (ER+). Se as células do câncer de mama não tiverem receptores de estrogênio, as células cancerígenas serão chamadas de ER negativo (ER-).
  • Receptor de Progesterona (PR). Se as células do câncer de mama tiverem receptores de progesterona, as células cancerosas serão chamadas de PR positivas (PR+). Se as células do câncer de mama não tiverem receptores de progesterona, as células cancerígenas serão chamadas de PR negativas (PR-).
  • Receptor do Fator de Crescimento Epidérmico Humano tipo 2 (HER2/neu ou HER2). Se as células do câncer de mama tiverem quantidades maiores que o normal de receptores HER2 em sua superfície, as células cancerígenas serão chamadas de HER2 positivas (HER2+). Se as células do câncer de mama tiverem uma quantidade normal de HER2 em sua superfície, as células cancerígenas serão chamadas de HER2 negativas (HER2-). O câncer de mama HER2+ tem maior probabilidade de crescer e se dividir mais rapidamente do que o câncer de mama HER2-.

Às vezes, as células do câncer de mama serão descritas como triplo negativas ou triplo positivas.

  • Triplo negativo. Se as células do câncer de mama não tiverem receptores de estrogênio, receptores de progesterona ou uma quantidade maior que o normal de receptores HER2, as células cancerosas serão chamadas de triplo-negativas.
  • Triplo positivo. Se as células do câncer de mama tiverem receptores de estrogênio, receptores de progesterona e uma quantidade maior que o normal de receptores HER2, as células cancerígenas serão chamadas de triplo-positivas.

É importante conhecer o status do receptor de estrogênio, do receptor de progesterona e do receptor HER2 para escolher o melhor tratamento. Existem medicamentos que podem impedir que os receptores se liguem aos hormônios estrogênio e progesterona e impedir o crescimento do câncer. Outros medicamentos podem ser usados ​​para bloquear os receptores HER2 na superfície das células do câncer de mama e impedir o crescimento do câncer.

METÁSTASES

O câncer pode se espalhar de onde começou para outras partes do corpo.
Quando o câncer se espalha para outra parte do corpo, é chamado de metástase.
O tumor metastático é o mesmo tipo de câncer que o tumor primário. Por exemplo, se o câncer de mama se espalhar para os ossos, as células cancerígenas nos ossos são, nesse caso, células cancerígenas da mama. Assim, a doença é câncer de mama metastático, não câncer ósseo.

Existem três maneiras pelas quais o câncer se espalha no corpo:

  • Contiguidade: o câncer se espalha de onde começou, crescendo em áreas próximas, ao redor do local primário;
  • Linfática: o câncer se espalha de onde começou, através do sistema linfático. O câncer viaja através dos vasos linfáticos para outras partes do corpo;
  • Hematogênica: o câncer se espalha de onde começou, através do sangue. O câncer viaja através dos vasos sanguíneos para outras partes do corpo.

CIRURGIA

A maioria dos pacientes com câncer de mama faz cirurgia para remover o câncer. A cirurgia na maioria das vezes é o principal tratamento do câncer de mama, logo assim entende-se a sua importância em ter um profissional habilitado, exercendo exatamente o que precisa ser realizado.

A biópsia do linfonodo sentinela é a remoção do linfonodo sentinela durante a cirurgia. O linfonodo sentinela é o primeiro linfonodo em um grupo de linfonodos a receber drenagem linfática do tumor primário. É o primeiro linfonodo para o qual o câncer provavelmente se espalhará a partir do tumor primário.

Uma substância radioativa e/ou corante azul é injetada perto do tumor. A substância ou corante flui através dos dutos linfáticos até os gânglios linfáticos. O primeiro linfonodo a receber a substância ou corante é retirado. Um patologista examina o tecido ao microscópio para procurar células cancerígenas. Se não forem encontradas células cancerígenas, pode não ser necessário remover mais gânglios linfáticos. Às vezes, um linfonodo sentinela é encontrado em mais de um grupo de linfonodos.

Após a biópsia do linfonodo sentinela, o cirurgião remove o tumor por meio de cirurgia conservadora da mama ou mastectomia. Se forem encontradas células cancerígenas, mais gânglios linfáticos serão removidos através de uma incisão (corte) separada. Isso é chamado de dissecção de linfonodos.

Os tipos de cirurgia incluem:

  • CIRURGIA CONSERVADORA: A cirurgia conservadora da mama é uma operação para remover o câncer e alguns tecidos normais ao seu redor, mas não toda mama. Parte do revestimento da parede torácica também pode ser removida se o câncer estiver próximo. Este tipo de cirurgia também pode ser chamada de mastectomia, mastectomia parcial, mastectomia segmentar, setorectomia, quadrantectomia ou cirurgia preservadora de mama;
  • MASTECTOMIA TOTAL: A mastectomia total é uma cirurgia para remover toda a mama que apresenta câncer. Este procedimento também é chamado de mastectomia simples. Alguns dos gânglios linfáticos sob o braço podem ser removidos e verificados quanto a câncer. Isso pode ser feito ao mesmo tempo que a cirurgia de mama ou depois. Isso é feito através de uma incisão separada.
  • MASTECTOMIA RADICAL: A mastectomia radical é uma cirurgia para remover toda a mama que apresenta câncer. Isso pode incluir a remoção do mamilo, da aréola (a pele escura ao redor do mamilo) e da pele sobre a mama. A maioria dos gânglios linfáticos debaixo do braço também são removidos.
Mastectomia Radical Modificada

Se uma paciente for fazer uma mastectomia, a reconstrução mamária (cirurgia para reconstruir o formato da mama após uma mastectomia) pode ser considerada. A reconstrução mamária pode ser feita no momento da mastectomia ou algum tempo depois. A mama reconstruída pode ser confeccionada com tecido da própria paciente (não mamário) ou com implantes preenchidos com soro fisiológico ou gel de silicone.

QUIMIOTERAPIA

A quimioterapia utiliza medicamentos para impedir o crescimento das células cancerígenas, seja matando as células ou impedindo-as de se dividirem. A quimioterapia para o câncer de mama geralmente é sistêmica, o que significa que é injetada na veia ou administrada por via oral, agindo em todo o corpo. Quando administrados dessa forma, os medicamentos entram na corrente sanguínea para atingir as células cancerígenas de qualquer lugar do corpo.

A quimioterapia pode ser administrada antes da cirurgia para remover o tumor. Quando administrada antes da cirurgia, a quimioterapia encolherá o tumor e reduzirá a quantidade de tecido que precisa ser removido durante a cirurgia. O tratamento administrado antes da cirurgia é denominado terapia pré-operatória ou terapia neoadjuvante.

Depois que o médico remove todo o câncer que pode ser visto no momento da cirurgia, alguns pacientes podem receber radioterapia, quimioterapia, terapia direcionada ou terapia hormonal após a cirurgia, para matar quaisquer células cancerígenas que tenham sobrado. O tratamento administrado após a cirurgia, para diminuir o risco de recidiva do câncer, é denominado terapia pós-operatória ou terapia adjuvante.

QT em câncer de mama.

Terapia Hormonal

A terapia hormonal (também chamada de terapia endócrina) retarda ou interrompe o crescimento de tumores sensíveis a hormônios, bloqueando a capacidade do corpo de produzir hormônios ou interferindo nos efeitos dos hormônios nas células do câncer de mama. Os hormônios são substâncias produzidas pelas glândulas do corpo e circuladas na corrente sanguínea. Alguns hormônios podem causar o crescimento de certos tipos de câncer. Se os testes mostrarem que as células cancerígenas têm locais onde os hormônios podem se fixar (receptores), medicamentos, cirurgia ou radioterapia são usados ​​para reduzir a produção de hormônios ou impedir seu funcionamento. Isso é chamado de ablação ovariana.

Os tipos de terapia hormonal para câncer de mama incluem:

  • Terapia com Inibidor de Aromatase (como anastrozol, letrozol ou exemestano)
  • Fulvestrante
  • Elastano
  • Terapia com Agonista do Hormônio liberador do hormônio luteinizante (LHRH) (como goserelina ou leuprolida)
  • Acetato de Megestrol
  • Tamoxifeno

Terapia-alvo

A terapia-alvo utiliza medicamentos ou outras substâncias para identificar e atacar células cancerígenas específicas. Seu médico pode sugerir testes de biomarcadores para ajudar a prever sua resposta a certos medicamentos terapêuticos direcionados. Saiba mais sobre testes de biomarcadores para tratamento do câncer. Vários tipos de terapia direcionada são usados ​​para tratar o câncer de mama:

I – Os anticorpos monoclonais são proteínas do sistema imunológico produzidas em laboratório para tratar muitas doenças, incluindo o câncer. Como tratamento contra o câncer, esses anticorpos podem se ligar a um alvo específico nas células cancerosas ou em outras células que podem ajudar as células cancerosas a crescer. Os anticorpos são capazes de matar as células cancerígenas, bloquear o seu crescimento ou impedir que se espalhem. Os anticorpos monoclonais são administrados por infusão. Eles podem ser usados ​​sozinhos ou para transportar drogas, toxinas ou material radioativo diretamente para as células cancerígenas. Anticorpos monoclonais podem ser usados ​​em combinação com quimioterapia como terapia adjuvante.
Os anticorpos monoclonais usados ​​para tratar o câncer de mama incluem:

  • Margetuximabe;
  • Pertuzumabe;
  • Sacituzumabe govitecano;
  • Trastuzumabe;
  • Trastuzumabe Deruxtecano.

II – Os Inibidores da Tirosina quinase bloqueiam os sinais necessários para o crescimento dos tumores. Os inibidores da tirosina quinase podem ser usados ​​com outros medicamentos anticâncer como terapia adjuvante. Os inibidores da tirosina quinase usados ​​para tratar o câncer de mama HER2-positivo incluem:

  • Lapatinibe;
  • Neratinibe;
  • Tucatinibe.

III – Os Inibidores de Quinase dependentes de ciclina bloqueiam proteínas chamadas quinases dependentes de ciclina, que causam o crescimento de células cancerígenas. Os inibidores de CDK podem ser administrados com terapia hormonal, como fulvestrante ou letrozol, para tratar câncer de mama com receptor hormonal positivo e HER2 negativo. Os inibidores de CDK usados ​​para tratar o câncer de mama incluem:

  • Abemaciclib;
  • Alpelisibe;
  • Palbociclibe;
  • Ribociclibe.

IV – Os Inibidores do alvo da Rapamicina em mamíferos (mTOR) bloqueiam uma proteína chamada mTOR, que pode impedir o crescimento das células cancerosas e impedir o crescimento de novos vasos sanguíneos que os tumores precisam para crescer. Os inibidores de mTOR usados ​​​​para tratar o câncer de mama HER2-negativo com receptor hormonal positivo incluem o Everolimo.

V – Os Inibidores de PARP bloqueiam o reparo do DNA e podem causar a morte das células cancerígenas. Inibidores PARP usados ​​para tratar câncer de mama HER2 negativo com mutações no gene BRCA1 ou BRCA2 incluem:

  • Olaparibe
  • Talazoparibe

Imunoterapia

A imunoterapia ajuda o sistema imunológico de uma pessoa a combater o câncer. Seu médico pode sugerir testes de biomarcadores para ajudar a prever sua resposta a certos medicamentos de imunoterapia.

Os inibidores do ponto de verificação imunológico são um tipo de imunoterapia usada para tratar o câncer de mama.

Os inibidores do ponto de controle imunológico bloqueiam proteínas chamadas pontos de controle, produzidas por alguns tipos de células do sistema imunológico, como as células T, e algumas células cancerígenas. Esses pontos de controle ajudam a evitar que as respostas imunológicas sejam muito fortes e, às vezes, podem impedir que as células T matem as células cancerígenas. Quando esses pontos de verificação são bloqueados, as células T podem matar melhor as células cancerígenas.

EFEITOS ADVERSOS

Alguns tratamentos para o câncer de mama podem causar efeitos colaterais que continuam ou aparecem meses ou anos após o término do tratamento. Estes são chamados de efeitos tardios. Geralmente estão relacionados com a Quimioterapia e/ou Radioterapia.

Os efeitos tardios da radioterapia não são comuns, mas podem incluir:

  • Inflamação do pulmão após radioterapia na mama, especialmente quando a quimioterapia é administrada ao mesmo tempo.
  • Linfedema de braço, especialmente quando a radioterapia é administrada após a dissecção dos linfonodos.

Em mulheres com menos de 45 anos que recebem radioterapia na parede torácica após a mastectomia, pode haver um risco maior de desenvolver câncer de mama na outra mama.
Os efeitos tardios da quimioterapia dependem dos medicamentos utilizados, mas podem incluir:

  • Insuficiência cardíaca;
  • Coágulos sanguíneos;
  • Menopausa prematura;
  • Um segundo câncer, como a leucemia.

Os efeitos tardios da terapia direcionada com Trastuzumabe, Lapatinibe ou Pertuzumabe podem incluir problemas cardíacos, como insuficiência cardíaca.

RADIOTERAPIA

A radioterapia é um tratamento contra o câncer que utiliza raios X de alta energia ou outros tipos de radiação para matar as células cancerígenas ou impedir que cresçam. Existem dois tipos de radioterapia:

  • A radioterapia externa usa uma máquina fora do corpo para enviar radiação para a área do corpo com câncer.
  • A radioterapia interna utiliza uma substância radioativa selada em agulhas, sementes, fios ou cateteres que são colocados diretamente no câncer ou próximo a ele.

A forma como a radioterapia é administrada depende do tipo e estágio do câncer a ser tratado. A radioterapia externa é usada para tratar o câncer de mama. A radioterapia interna com estrôncio-89 (um radionuclídeo) é usada para aliviar a dor óssea causada pelo câncer de mama que se espalhou para os ossos. O estrôncio-89 é injetado em uma veia e chega à superfície dos ossos. A radiação é liberada e mata as células cancerígenas nos ossos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Converse com seu médico para saber qual é o estágio do seu câncer de mama e como ele é utilizado para planejar o melhor tratamento para você.
Após a cirurgia, seu médico receberá um relatório patológico que descreve o tamanho e a localização do tumor primário, a propagação do câncer para os gânglios linfáticos próximos, o grau do tumor e de certos biomarcadores estão presentes. O relatório patológico e outros resultados de testes são usados ​​para determinar o estágio do câncer de mama.

É provável que você tenha muitas perguntas. Peça ao seu médico para explicar como o estadiamento é usado para decidir as melhores opções para tratar o seu câncer e se existem ensaios clínicos que possam ser adequados para você.

Câncer não é uma sentença de morte.

Independente do seu estadiamento de doença, é muito importante ficar consciente que ter câncer de mama, não traduz o seu real valor, nem mesmo significa que está sob uma sentença de morte. Como explicado, atualmente temos vários tipos de tratamentos, e a esperança nunca pode ser colocada de lado.

FONTE:

PDQ® Adult Treatment Editorial Board. PDQ Breast Cancer Treatment. Bethesda, MD: National Cancer Institute. Updated <11/12/2024>. Available at: https://www.cancer.gov/types/breast/patient/breast-treatment-pdq. Accessed <11/12/2024>. [PMID: 26389406]

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